Você já parou para pensar na verdadeira diferença entre um hotel urbano e um hotel de praia — além da localização?

A resposta está na experiência imersiva que você oferece aos seus hóspedes.

Em um hotel de praia, por exemplo, essa experiência pode ser oferecida com uma decoração que evoca a brisa do mar, um cardápio recheado de ingredientes frescos e locais, e uma atmosfera leve, que convida ao descanso e à conexão com a natureza.

Mas você sabia que os uniformes da sua equipe fazem parte essencial dessa imersão?

Mais do que aparência, eles traduzem a atmosfera do lugar.

São extensões visuais da experiência que o hotel quer oferecer — acolhendo, encantando e reforçando a identidade da marca a cada contato com o hóspede.

Esse cuidado com os detalhes é o que transforma um bom hotel em uma experiência inesquecível — e é exatamente isso que a série The White Lotus nos mostra com maestria.

Uma lição de imersão com The White Lotus

Misturando humor ácido e críticas sociais afiadas, a série The White Lotus nos convida a observar o universo dos super-ricos em resorts luxuosos ao redor do mundo. 

Mas, para além do enredo e das atuações impecáveis, existe algo que se torna protagonista silencioso: a atmosfera criada nos mínimos detalhes.

Decoração, menu, ambientação sonora, paisagem, arquitetura e, claro, os uniformes.

A cada temporada, somos levados a um resort em um país diferente e a figurinista Alex Bovaird demonstra como o figurino — especialmente os uniformes da equipe — é pensado para traduzir o espírito de cada lugar e transportar os hóspedes (reais ou fictícios) para uma realidade sensorial e cultural específica. 

Os uniformes funcionam como uma extensão da experiência que se quer oferecer. Eles trazem coerência visual, fortalecem a identidade do hotel e ajudam a contar uma história.

Como em um bom roteiro, cada elemento precisa conduzir o cliente a mergulhar em um universo completo, criando uma experiência imersiva e  memorável.

A seguir, vamos explorar como isso se traduz em cada temporada da série — e o que o seu hotel pode aprender com essa abordagem estratégica.

1ª Temporada – White Lotus Maui, Havaí: leveza tropical e aloha lifestyle

Gravada no Four Seasons Resort Maui at Wailea, a primeira temporada abraça a identidade havaiana em sua totalidade. 

Localizado em frente a uma praia cercada por pontas rochosas, o hotel transmite a sensação de isolamento e exclusividade. 

Para reforçar isso, os uniformes da equipe misturam elementos tradicionais, como trajes polinésios cerimoniais, e o icônico estilo “negócios havaianos”.

Camisas Aloha com estampas de frutas, flores tropicais e cores vibrantes (como o amarelo manga, azul oceano e rosa hibisco) se tornaram parte do visual institucional. 

As silhuetas eram fluidas e descontraídas, criando uma sensação de leveza, tranquilidade e celebração da natureza local.

“Nós focamos muito nas cores do Havaí, nas frutas e nas flores. Nós nos inspiramos na manga, no azul do oceano, no abacaxi, e fizemos muitas estampas florais e cores vibrantes. Nós só queríamos ir totalmente para o tropical.” Alex Bovaird , figurinista de The White Lotus

Os uniformes da equipe também foram criados para serem divertidos de se ver, mostrando paletas de cores fortes e silhuetas diferentes.

Como parte da experiência imersiva que se enriquecia para além dos uniformes, os hóspedes participavam de uma cerimônia cultural nativa, que acontecia ao pôr do sol, com os funcionários vestindo trajes polinésios, acendendo as tochas e usando uma concha como uma espécie de berrante.

Além disso, podiam entrar em contato com outras manifestações tradicionais locais, como aulas de hula, a dança típica, e de confecção de lei polinésio, o colar de flores.

O uso do linho, além de ser um tecido fresco, respirável, que funciona muito bem para manter a elegância no calor do havaí —, ele também carrega um simbolismo.

À medida que amassa e se molda ao corpo com o tempo, o linho reflete o desgaste emocional do gerente Armond, que vai literalmente se desfazendo ao longo da série.

A camisa usada em sua cena final é uma peça havaiana vintage com uma estampa de cobra marinha — metáfora visual perfeita para o clímax de sua história.

Aqui, os uniformes funcionam como parte do ritual de imersão: eles acolhem o hóspede nesse lifestyle relaxado, quase de sonho, reforçando a ideia de que ele está num lugar verdadeiramente único.

2ª Temporada – White Lotus Sicília, Itália: sofisticação clássica e drama mediterrâneo

Ambientada no hotel San Domenico Palace, em Taormina, a segunda temporada leva os espectadores a um lugar onde a sofisticação se mistura ao drama. 

O figurino da equipe do resort e dos personagens explora a essência da elegância italiana, com ternos ajustados, tecidos nobres e paleta que remete às cores da paisagem siciliana: azuis profundos, amarelos solares e laranjas queimados.

A gerente Valentina é o melhor exemplo dessa abordagem. Seus ternos de alfaiataria em tons vibrantes (rosa, azul, bege) fazem um aceno ao gerente da temporada anterior, mas com uma identidade totalmente italiana. 

Suas roupas são apertadas, estruturadas, com estampas clássicas e marcas como Max Mara, Trussardi e Moschino. Ao longo dos episódios, seu visual evolui para algo mais despojado, refletindo sua transformação interna.

Os colaboradores que aparecem com mais destaque ao lado da gerente Valentina são a concierge e o recepcionista — e o uniforme deles merece atenção.

A concierge veste um tailleur azul-marinho, clássico eternizado por Coco Chanel, que traduz a elegância atemporal e estruturada da moda europeia.

Já o recepcionista exibe um terno bem cortado e ajustado, também em azul escuro, que transmite sofisticação, precisão e requinte.

O uso da mesma paleta nos dois reforça a coesão estética e o tom sóbrio da recepção, criando um ambiente visualmente harmônico e profissional.

Um detalhe curioso da trama revela como o figurino também é usado para marcar tensões e ironias: Valentina, a gerente, desenvolve um interesse amoroso pela concierge, que, por sua vez, troca olhares com o recepcionista.

Movida por ciúmes, Valentina decide puni-lo transferindo-o para o atendimento na praia — mantendo, no entanto, o mesmo terno estruturado como uniforme.

O contraste entre o traje formal e o cenário praiano escancara o desconforto: o tecido não respira, a mobilidade é limitada, e a elegância se transforma em um obstáculo.

Uma crítica sutil à rigidez de algumas escolhas estéticas que ignoram a funcionalidade, reforçando que o uniforme ideal também precisa dialogar com o ambiente e as tarefas desempenhadas.

Nada nessa temporada é excessivamente moderno; tudo remete à tradição, como se estivéssemos num hotel que guarda o requinte de décadas passadas.

Esses elementos constroem uma atmosfera que remete às obras de Fellini, à dolce vita, ao romance mediterrâneo.

E os uniformes, mais uma vez, ajudam o hóspede a entrar nesse clima, como se estivessem vivendo um sonho italiano.

3ª Temporada – White Lotus Tailândia: autenticidade artesanal e elegância natural

Gravada em diferentes locações da Tailândia, a terceira temporada mergulha em um universo onde a espiritualidade e o artesanato local moldam a experiência. 

Os figurinos e uniformes apostam em tecidos naturais como linho e seda, estampas tropicais, cores e constrastes intensos e peças de produção local, criando uma estética que mistura conforto, sofisticação e ancestralidade.

Muitos cortes presentes nas roupas carregam significados profundos e revelam a ligação com tradições asiáticas: a gola padre, por exemplo, comum na indumentária tailandesa, transmite elegância com um toque espiritual, enquanto o decote em V, típico de túnicas e batas locais, sugere uma abertura visual leve e uma estética fluida, ideal para climas quentes.

Além disso, os cortes retos e soltos, as calças de pescador com amarração, os bordados manuais, e o uso de cores neutras e terrosas refletem o respeito à cultura ancestral e ao conforto necessário para a rotina da hospitalidade.

Os uniformes refletem a atmosfera quente, envolvente e cheia de simbolismos do país.

A personagem Mook, interpretada por Lisa (do grupo BLACKPINK), usa um uniforme com shorts e camisa de botão que foge do padrão esperado e oferece mais mobilidade e frescor. 

Uma escolha funcional e estética que transmite jovialidade, eficiência e leveza.

Aqui, o uniforme é parte da proposta de valor do hotel. Ele se alinha à natureza exuberante do local e ao artesanato tailandês, agregando sofisticação sem perder a identidade regional.

Uniformes: a chave para criar uma experiência de marca inesquecível

Em um mercado de hospitalidade cada vez mais competitivo, a diferenciação é essencial. Mais do que acomodações de luxo e bons serviços, os hóspedes buscam experiências. 

Querem se sentir parte de um universo distinto, sair da rotina e mergulhar em algo memorável. E os uniformes são uma peça-chave nesse quebra-cabeça.

Eles ajudam a reforçar o DNA do hotel, alinham a equipe à proposta de valor da marca e criam uma atmosfera coerente em cada ponto de contato com o hóspede. 

Seja com tecidos leves e tropicais em um hotel praiano, seja com alfaiataria elegante em um castelo europeu, o uniforme certo conta uma história.

Não basta ser mais um resort com bons quartos. É preciso criar um universo, e os uniformes são parte essencial dessa narrativa.

Se você quer elevar a imagem do seu hotel a outro patamar, o Estúdio Criativo da Dash pode ajudar com a criação de uniformes exclusivos que vão refletir fielmente o DNA do seu negócio. Afinal, vestir sua equipe é vestir sua experiência.

Quer conversar sobre isso? Entre em contato com a gente e descubra como transformar seu uniforme em uma ferramenta estratégica de encantamento.